BRUMADINHO -Sete pessoas morreram e outras 150 estão desaparecidas afirma governo mineiro
O Governo de Minas Gerais divulgou, no início da noite desta sexta-feira (25), um novo balanço de vítimas do rompimento da barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo o executivo estadual, representantes da Vale informaram que 427 pessoas estavam no local na hora do rompimento, sendo que 279 foram resgatadas e cerca de 150 permanecem desaparecidas.
As barreiras que continham o rejeito da Mina Córrego do Feijão romperam no horário do almoço e a lama atingiu o refeitório e o complexo administrativo da Vale.
Ainda segundo o governo, nove pessoas foram resgatas da lama com vida e outras 100 que estavam ilhadas também foram salvas pelo Corpo de Bombeiros. Entre os mortos, os militares confirmam sete vítimas já encontradas, mas nenhuma foi identificada.
“No momento a grande medida é ver sobreviventes, e informar às famílias dos atingidos”, afirmou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). A assessoria do Estado também afirmou que o contingente de bombeiros que atua na ocorrência será dobrado durante a madrugada. Atualmente, quase 100 militares se empenham na busca por sobreviventes e na contenção dos danos.
Sem aviso
Uma operadora de máquina de uma fábrica de alimentos localizada em Brumadinho, na Grande BH, afirmou, nesta tarde, que nenhum sinal sonoro foi emitido alertando sobre o rompimento da barragem na região. Segundo Maria Aparecida dos Santos, um treinamento teria sido realizado avisando, dentre outras coisas, de que uma sirene seria tocada em situações como a dessa sexta-feira (25).
“Eles fizeram uma reunião com a gente, ensinando a socorrer quando acontecesse um rompimento. Disseram que iam ligar a sirene para todos os moradores saírem correndo e se prevenir. Mas não fizeram isso. Só estou viva aqui graças a Deus”, relata a mulher, que saiu de casa, às pressas, acompanhada pela filha.
O uso de sirenes é comum na mineração para alertar sobre a detonação de explosivos dentro das minas. Mecanismo parecido é utilizado em barragens como sinal de alerta para risco de rompimento. Em casos de ameaça iminente, soar a sirene seria a providência mais importante dos planos de ação emergencial, previstos pela Lei de Segurança de Barragens. A medida inclui ainda treinamento de funcionários das minas e um plano completo de desocupação da população local.
Leia nota da Vale:
“A Vale informa que, no início desta tarde, ocorreu o rompimento da Barragem 1 da Mina Feijão, em Brumadinho (MG). A companhia lamenta profundamente o acidente e está empenhando todos os esforços no socorro e apoio aos atingidos.
Havia empregados na área administrativa, que foi atingida pelos rejeitos, indicando a possibilidade, ainda não confirmada, de vítimas. Parte da comunidade da Vila Ferteco também foi atingida.
O resgate e os atendimentos aos feridos estão sendo realizados no local pelo Corpo de Bombeiros e pela Defesa Civil. Ainda não há confirmação sobre a causa do acidente.
A prioridade máxima da empresa, neste momento, é apoiar nos resgates para ajudar a preservar e proteger a vida de empregados, próprios e terceiros, e das comunidades locais”.
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