Prefeito Ronaldo Magalhães tranquiliza população sobre barragens itabiranas
O rompimento de uma barragem da mineradora Vale, na mina Córrego do Feijão, em Brumadinho – região metropolitana de Belo Horizonte – na última sexta-feira (25/1), reacendeu todos os holofotes para Itabira, que possui 11 barragens, também da Vale, instaladas em diversos pontos. Para explicar a situação delas, o prefeito Ronaldo Magalhães convocou uma coletiva de imprensa no final da tarde desta quinta-feira (31), no auditório do paço municipal.
Segundo o prefeito, as barragens construídas em Itabira não são iguais às de Mariana – barragem de Fundão, rompida em 2015 – e de Brumadinho. “São barragens diferentes na sua construção. Tanto a de Mariana quanto a de Brumadinho, são construções tecnicamente a montante e o alteamento delas é feito com o próprio rejeito. Essas eram de minas que a Vale já adquiriu em funcionamento”, ressaltou.
Já as estruturas itabiranas para armazenar o rejeito de minério foram erguidas no modelo a jusante. “São obras diferenciadas. Como leigo, falar que está garantido, eu até queria. Mas, que está muito melhor construída e melhor trabalhada, tenho certeza”, salientou Ronaldo Magalhães. De acordo com informações da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), o modelo a jusante cresce para a direção da corrente dos resíduos, formando uma espécie de pirâmide. Alteamentos não são erguidos sobre resíduos, mas a partir da barreira inicial. Método mais caro e que ocupa mais espaço.
O prefeito informou ainda que se reuniu com a gerência executiva da Vale na última terça-feira (29/1), onde ficou ciente das ações que estão sendo desenvolvidas pela mineradora. “Estive com o comando da Vale discutindo essa situação, anteontem. No fim de semana, logo que aconteceu o desastre, a Vale Itabira revisou e acompanhoutodas as nossas barragens. Inclusive, a Defesa Civil Municipal esteve junto”.
Ronaldo Magalhães afirmou ainda que um plano de contingência – Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM) – começou a ser implantado pela Vale há oito meses. “Estão sendo colocadas sirenes em locais estratégicos e a etapa seguinte é a conscientização da comunidade, principalmente nos trechos que tenham o possível problema. A Vale tem feito isso rotineiramente”, garantiu o prefeito.
Plano de fuga
Em maio de 2018, a Vale apresentou à Prefeitura de Itabira o Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração. O material descreve detalhadamente a rota dos rejeitos em caso de rompimento e o plano de fuga para cada bairro afetado. Entretanto, de acordo com informações da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), a empresa ainda não realizou simulações desses procedimentos.
“Sobre isso, eu cobrei e o Rodrigo Chaves (gerente-executivo da Vale) me disse que será o mais rápido possível. Ainda faltam equipamentos para instalar, mas a Vale irátrabalhar paralelamente com a comunidade para conscientizar, informar e treinar as pessoas. Porque é esse treinamento que poderá salvar vidas”, avaliou Ronaldo Magalhães.