Apreensão de cigarro pirata mais que dobra nas rodovias federais de Minas
Nada menos que 4,7 milhões de maços de cigarro clandestinos foram apre-endidos nas estradas federais que cortam Minas, de janeiro à primeira quinzena de outubro deste ano. O contrabando mais que dobrou no Estado, na comparação com igual período de 2017, quando 2,1 milhões de embalagens foram recolhidas.
Os dados são da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A explosão dos flagrantes está ligada à extensão da malha rodoviária – a maior do país – que dá acesso às regiões Sul, Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A PRF, porém, diz que a vigilância foi reforçada, possibilitando a retirada de circulação do produto altamente nocivo à saúde.
As investigações dos crimes são feitas pela Polícia Federal (PF). Conforme a corporação, mais de 90% dos cigarros que chegam ao Brasil são do Paraguai. Recentemente, 450 mil maços vindos do país vizinho foram apanhados na BR-381, em João Monlevade, na região Central de Minas.
Para burlar a fiscalização, criminosos utilizam caminhões com carroceria fechada e documentação falsa, como constatado pelos agentes da PRF no caso envolvendo o motorista detido em João Monlevade.
Chefe da PF em Uberlândia, no Triângulo, o delegado Carlos Henrique Cotta D’Ângelo diz que a maioria dos cigarros apreendidos em Minas tem como destino as capitais brasileiras. As entregas seriam concentradas nas regiões Sudeste, Nordeste e Norte.
Segundo o policial, as investigações ainda estão em andamento, mas até depósitos para armazenar a carga em cidades do Estado foram identificados. Os espaços visavam a facilitar a logística de atuação dos bandidos.
Para o delegado, outro motivo que justifica o aumento das apreensões é a punição para o crime de contrabando, que varia de dois a cinco anos de cadeia. “A carga de cigarro é mais valiosa que uma de maconha, por exemplo. O indivíduo que transporta esse tipo de produto terá uma pena menor do que se fosse detido por tráfico de drogas. Na equação custo-benefício, o criminoso opta em fazer o contrabando”, afirma D’Ângelo.
Ações
Além da prisão dos envolvidos e recolhimento da carga, o caminhão ou veículo utilizado no delito é retido, reforça o chefe de operações da PRF, Fábio Mehanna. “Geralmente, todos transportam grandes quantidades de cigarros”, acrescenta.
Para o agente, os flagrantes cresceram devido à intensificação das ações nas rodovias. “Minas é um ponto estratégico. Às vezes, a carga não vai ser entregue em uma cidade do Estado, mas acaba passando por alguma região daqui. Esse número é resultado de uma dedicação e investimento no combate ao contrabando”.
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