Professores da rede municipal de Itabira vão integrar programa nacional de metodologias educacionais
Professores da rede municipal de Itabira terão a chance de contribuir para a elaboração de metodologias pedagógicas e promover o desenvolvimento profissional de educadores de todo o Brasil. O diretor escolar do Colégio Municipal Professora Didi Andrade, Wilian Marcus Ramos, e os professores Joaquim Olegário e Kele Frossard, também educadores da instituição, foram aprovados no programa “Residência Iungo para Educadores”, do Instituto Iungo. A iniciativa oferece um percurso formativo colaborativo, voltado às comunidades escolares da Educação Básica.
Ao longo de oito meses, os residentes aprovados vivenciarão uma jornada centrada em temáticas inovadoras e debates pertinentes à educação contemporânea, além de participarem de um processo de mentoria oferecido pelo Instituto. Conforme o edital, o processo seletivo teve abrangência nacional e as inscrições foram feitas por coletivos de três educadores, que atuam na Educação Básica em uma mesma escola pública ou privada. Ao todo, 231 propostas foram apresentadas e apenas cinco trios de profissionais foram aprovados, totalizando 15 residentes. A formação será 100% on-line e oferecerá uma bolsa de estudo no valor de R$ 20 mil.
Para a secretária de Educação, Luziene Lage, a participação dos professores itabiranos, na Residência Iungo, permitirá que o conhecimento absorvido por eles possa qualificar toda a rede municipal de ensino. “Essa formação está ligada diretamente à criação e experimentação de práticas inovadoras em diferentes contextos escolares, contribuindo para uma cultura escolar transformadora. Ficamos muito felizes pela conquista dos nossos três profissionais. Eles desenvolverão um planejamento com os demais colegas do Didi Andrade e a Secretaria vai aproveitar esse estudo para toda a rede. Assim que eles iniciarem o processo de formação, nós vamos estender a todos os professores da rede mundial de ensino”, comenta Luziene.
Mestranda em Ensino e Humanidades na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e professora de História, Kele Frossard, explica que o instituto atua em três eixos importantes: formação continuada de educadores, compartilhamento de materiais pedagógicos e pesquisa em educação e produção. “Nesse curso, vamos configurar melhor o projeto que mandamos e ressignificá-lo. Fomos premiados pela construção de uma metodologia que pode influenciar na prática docente da nossa escola”, explica a professora, que completa: “A ideia é que os cinco coletivos participem primeiramente de encontros individuais e depois de encontros coletivos. Esses materiais pedagógicos produzidos serão compartilhados para o Brasil todo, uma ideia de troca”.
Já o professor de Informática, Joaquim Olegário, afirma que ser contemplado para o projeto significa uma chance de atualização e, ao mesmo tempo, contribuição para a Educação. “Quando começamos a trabalhar com projetos e metodologias, conseguimos fugir um pouquinho do que é esse escopo tradicional e isso atrai tanto o interesse do corpo docente da escola como também do corpo discente. Essa pluralização das abordagens através de projetos é muito legal”, diz o professor, que também é formado em História.
O diretor do Colégio Didi Andrade, Wilian Marcus Ramos, afirma que a conquista é resultado do perfil educacional desenvolvido na instituição. “Somos herdeiros de muitos outros que nos antecederam nessa escola, de pessoas que não foram premiadas, mas que nos influenciaram diretamente e sempre estiveram conosco nos outros projetos que foram desenvolvidos. Houve uma mudança na forma de se trabalhar dentro do Didi Andrade, pautando-se principalmente na valorização do aluno e na preocupação de trazê-lo ao protagonismo”, diz.
Esperança na pandemia
Em tempos em que a Educação precisa vencer os desafios impostos pela pandemia da Covid-19, a legitimação externa vinda da conquista de participar da “Residência Iungo para Educadores” traz um alento muito grande, segundo a professora Kele Frossard.
“Nossos alunos estão há mais de um ano sem aulas presenciais. Claro que sabemos que há vários setores afetados, mas os estudantes estão apenas no início da caminhada. Neste momento em que o mundo inteiro está tão desesperançado, acho que qualquer notícia positiva impacta muito bem, não só por legitimar o nosso trabalho mas também por trazer a ideia de que as coisas podem dar certo. Penso que cada vez que a gente está ali, dentro da sala, e percebe que um aluno compreendeu a mensagem, que algo mudou, que o estudante está no caminho de emancipação, de liberdade de pensamento, sentimos uma luz dentro de nós que diz que o nosso trabalho valeu a pena”, avalia a professora.