Vale e Defesa Civil vão orientar moradores de Itabira de ‘porta em porta’
Depois das tragédias em Mariana (2015) e em Brumadinho – que completará um mês na segunda-feira –, a Vale toma providências para garantir a segurança de 5,2 mil famílias em Itabira. A partir do dia 27, em parceria com a Defesa Civil Municipal, a mineradora vai desenvolver um trabalho de “porta em porta” a fim orientar moradores sobre como agir durante um eventual rompimento de barragem de rejeitos de minérios, a exemplo do que ocorreu nos dois municípios mineiros. A informação foi divulgada, ontem, pelo gerente-executivo do Complexo Itabira e Água Limpa da Vale, Rodrigo Chaves, ao participar da reunião ordinária do Legislativo que lotou o plenário e terminou com duas pessoas conduzidas à delegacia por “desacato” aos vereadores, conforme explicou o presidente da Câmara, Heraldo Noronha Rodrigues (PTB).
“Rodrigues Chaves veio a convite da Câmara e só respondeu às perguntas dos 17 vereadores. Quem quisesse, poderia se manifestar, mas apenas por meio de bilhetes encaminhados aos vereadores. No fim da reunião (com duração de quase duas horas), dois homens começaram a falar alto e ofenderam os vereadores com palavrões”, explicou o presidente da casa. O petebista se declarou satisfeito com as explicações do gerente-executivo do Complexo Itabira e Água Limpa. “Moro numa área de risco, quase debaixo de uma barragem, mas ele nos tranquilizou muito”. O município tem 15 barragens cadastradas na Agência Nacional de Mineração (ANM), das quais cinco próximas de núcleos urbanos, e tem estruturas entre as maiores do país, como a de Itabiriçu, que junto das de Pontal, Rio de Peixe e Conceição totaliza 401 milhões de metros cúbicos de rejeitos.
À pergunta do vereador André Viana sobre a existência de risco zero nas barragens de Itabira, perto das quais vivem entre 10 mil e 15 mil pessoas, Chaves afirmou que “não existe risco zero na atividade humana, mas controle de risco de barragem, de operação e de negócios”. Em seguida, argumentou que as estruturas são alvo de documentos apresentados semestralmente à AMN e dispõe de laudos que atestam as condições de operação, além de terem sido auditadas, embora não pela mesma empresa que auditou a Barragem da Mina do Feijão, em Brumadinho.
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