Vale produziu e vendeu menos no segundo trimestre de 2019 em relação a 2018
Em um relatório destinado a investidores divulgado nesta segunda-feira (22), a Vale apresentou dados que mostram impactos significativos na produção da mineradora causados, principalmente, pelo rompimento da barragem 1 da Mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Grande BH, em janeiro deste ano. Os dados se referem ao segundo trimestre de 2019 (abril, maio e junho) e mostram que a tragédia causou reflexos tanto na produção quanto no escoamento de produtos.
A produção de finos de minério de ferro, por exemplo, foi de 64,1 milhões de toneladas (Mt), 33,8% menor em comparação ao mesmo período de 2018 e 12,1% menor do que no primeiro trimestre de 2019.
Já a produção de pelotas teve queda de 29,3%, passando de 12,8 Mt em abril, maio e junho de 2018, para 9 Mt no mesmo período deste ano. Em relação ao primeiro trimestre de 2019, a queda foi de 25,5%.
A produção de minério de ferro no território identificado com Minas Centrais, que inclui a mina de Brucutu, caiu 44,1% quando comparados os segundos trimestres de 2018 e 2019. Já o Complexo de Paraopeba, que abriga a mina de Córrego do Feijão, registrou queda de 32,3% na mesma comparação.
De acordo com o relatório, o rompimento em Brumadinho diminuiu a produção e levou à consequente escassez de produtos a serem embarcados nos portos. Por causa dessa diminuição, parte dos navios que sairiam dos Sistemas Sudeste e Sul, por onde o minério de Minas é normalmente escoado, foram redirecionados para o porto de São Luís, no Maranhão.
O excesso de navios somado a condições adversas de clima em abril e maio levou a um aumento do número de dias em que os cargueiros permaneceram no porto. A média no primeiro trimestre foi de 7 dias e chegou a 25 no segundo, o que aumenta os custos da empresa com diárias. A situação foi normalizada e a média deve voltar a 7 dias em julho.
Já as vendas, tanto dos finos quanto das pelotas de minério, foram 18,2% abaixo do registrado no segundo trimestre do ano passado, mas cresceram em relação aos três primeiros meses de 2019. Segundo a Vale, o aumento se deu graças ao consumo de estoques de fora do país.
Expectativa
No primeiro trimestre deste ano, a empresa tinha 93 milhões de toneladas de produção interrompidas, das quais 33 já foram retomadas com o retorno das operações na mina de Brucutu, em 22 de junho. Segundo a mineradora, a expectativa é que as 60 Mt ainda interrompidas sejam retomadas gradualmente, 30 Mt de produção a seco a partir do final deste ano e as 30 Mt restantes nos próximos dois ou três anos, estas últimas, incluindo o processamento a úmido.
Até o fim do ano, a Vale espera que sejam vendidas entre 307 e 332 milhões de toneladas de minério de ferro e de pelotas, sendo que a expectativa atual é de que as vendas fiquem próximas ao centro dessa